sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quem quer ser um professor?

Em 2004, quando eu era estudante de Ensino Médio, achava que ser professor era o máximo. Normalmente, os professores nos fazem pensar isso. Chegam lá na escola cheios de ideias brilhantes, se mostram tão interessantes, tão poderosos tão legais...
Aí você vira professor e aprende que ser professor pode até ser bonito, mas não é nada agradável.
Professor não tem vida própria. Não tem liberdade para escolher o que vai fazer no fim de semana, a não ser que queira ser capa dos jornais do estado no outro dia, né não pró Jack?
http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=34341&mdl=29


Mas pra que liberdade de escolher o que fazer no fim de semana se não sobra tempo? Professor leva o trabalho da escola para casa. O fim de semana é dividido entre correção e elaboração de provas, atividades e planos de aulas. E digo mais! Se ele tivesse tempo no final de semana não poderia escolher muito, já que não teria dinheiro para bancar boa parte dos programas pensados.


Como todas as outras coisas na vida, lecionar também tem seu lado bom, a afetividade. Amor, respeito e carinho são sempre bons e, muitas vezes se fazem presentes na relação professor/estudante. Além disso há o aprendizado e a satisfação em poder ajudar o próximo em algumas de suas dificuldades.


Infelizmente Amor, Respeito, Carinho e Satisfação por ajudar não pagam contas e essas chegarão a todo o momento.
A última moda dos últimos anos é o incentivo à licenciatura através de programas que facilitam o ingresso nas universidades e propagandas nos meios de comunicação de massa. Não me lembro de já ter visto nenhuma propaganda cujo lema fosse: "Seja médico", ou "Seja juíz", por que né?


Na Bahia as Universidades Públicas Estaduais estão paradas há algum tempo. O Governador resolveu que para acabar com a greve bastava cortar os salários dos rebeldes. No mesmo período os drs. (com e sem doutorado) paralizaram suas atividades e, para evitar um caos ainda maior no sistema de saúde foi lhes concedido o aumento solicitado.


Quando conheço algum pré-vestibulando pleiteando uma vaga em curso de licenciatura aconselho a entrar imediatamente em sites de concursos públicos para verificar os salários oferecidos para essa classe de trabalhadores. Se é o que ele realmente está procurando, que siga em frente né?


Sou professora de história há cinco anos, estou formada há apenas 2 anos e quando me imagino já idosa aguardando a aposentadoria sair no Diário Oficial, penso em como seria bom não morrer tão velha.
A professora Amanda Gurgel falou sobre a realidade do professor no Rio Grande do norte e eu aqui na Bahia me senti contemplada. Lamentável.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A resposta que não coube em 140 caracteres. Toma que é tua Rafael Velame.

Hoje é SEGUNDA! Dia oficial do Vicetória, e a comemoração dessa galera é legítima, como dizer que não?
Não me lembro de já ter mencionado por aqui, mas sou BAHÊA. Acho realmente linda a rivalidade futebolística e a maneira como os bahianenses conseguem lidar com as derrotas em campo. A cerca de duas semanas atrás eu estava junto com algumas amigas assistindo ao Clássico BaXVi em um restaurante de Feira de Santana e, ao final do embate, saindo o Vitória vencedor observei a reação de um torcedor do Bahia responder à provocação do rubro-negro com a seguinte frase: -“Amigo, o Bahia sempre perde, é comum. Já nos acostumamos com isso e somos Bahia mesmo assim”. Fiquei fã do cara. Eu vivo dizendo que a torcida do Bahia é a BAMOR, ou seja, torce porque ama e não porque ganha.
Na tarde de ontem 15 de maio de 2011, aconteceu a grande final do campeonato baiano, que como muitos sabem, terminou com o êxito do Bahia de Feira. Achei lindo, digno, chique, fantástico um time do interior calar o Barradão e para completar ter em seu nome a palavra BAHIA. Durante a partida começou no twitter, e provavelmente em outras redes sociais uma disputa de piadas, de rubro-negros contra tricolores e vice-versa.
Você sabe como funciona o Twitter? A grosso modo o twitter é assim: Você cria um perfil e vai escrevendo o que você quer em 140 caracteres. Quem te seguir vai poder ler tudo o que você escrever, mas existe a opção de tornar seus “tweets” privados, nesse caso só poderá ler o que você escreveu aqueles que você quiser que leiam. O twitter é uma febre e os feirenses seguem essa tendência já há algum tempo. O interessante é que muitos ‘twitteiros’ parecem não saber ao certo como é que funciona essa nova ferramenta. O que você diz se torna público e não adianta chorar, todos que lêem se sentem no direito de comentar.
Voltando à situação que comecei a narrar no 3º parágrafo desse texto, ontem durante as provocações ‘twitescas’ fui surpreendida com uma reação inesperada de um pseudo-jornalista feirense. Um tal de Rafael Velame (ww.twitter.com/rafaelvelame) se ofendeu porque eu resolvi comentar com algum humor os seus tweets revoltados contra a derrota do VICEtória.
A primeira reação do rapaz foi perguntar se eu era “NEGA” de jogador do Bahia de Feira. Prefiro não levar em consideração o caráter racista desse termo e pensar apenas pelo ponto de vista dos estudos de gênero. Esse cara é machista. Uma mulher só pode fazer piada de futebol se for ‘NEGA’ de jogador?
Como se espera de covardes, o rapazote apagou seus tweets ofensivos. É comum e trata-se apenas de mais um ‘homem’ que –sei lá por que motivo- julga-se melhor ou mais importante do que o outro, no caso a outra, demonstrando em sua fala (no caso escrita) o seu preconceito. Os meus tweets estão lá, e quem os quiser ler vai poder, por que eu respondo pelo que publico, não me escondo embaixo da saia de ninguém. Sou mulher, mas como diria Rita Lee, “Sou mais macho que muito homem”.
A única intenção de escrever esse texto a essa hora da manhã é dizer a quem interessar possa que o twitter é um espaço aberto, todas as pessoas podem questionar e comentar o que acharem que devem e, por isso mesmo precisamos ter o cuidado de pensar antes de escrever (não é essa a vantagem dos humanos?). Não ofendi o referido torcedor. Não usei palavras de baixo escalão nem mesmo quando ele perguntou se eu era “NEGA” de alguém e fingi que não li quando ele escreveu que “Tem que ter paciência pra agüentar vagabunda, na moral”. Sabe por que Rafa? Porque eu não ganho nenhum centavo com futebol. Eu ganho alegria, ganho amigos. Você que se diz jornalista (não é isso?) é que poderia tirar algum proveito disso, mas ao que me parece não tem competência. Lamento muito que a imprensa feirense conte com membros como você.