domingo, 12 de agosto de 2012

Sua rasteira não me derrubou. Tente novamente, mais tarde!

"Esperem sentados a rendição. Nossa vitória não será por acidente"

Dia dos pais e eu aqui, querendo desabafar sobre coisas não tão bonitas e nem legais como as declarações fraternas.
Há algum tempo tenho observado como a simples presença de algumas pessoas pode melhorar o nosso dia e como outras, no mínimo contato, conseguem destruir a semana inteira.
Você conhece alguém que não consegue dizer nada de positivo?
Aquela pessoa que até para te elogiar deprecia, sacomé?

"- Seu cabelo está bonito, mas também, pior do que estava não podia ficar, né?"
" - Nossa, passou no vestibular? Parabéns! Mas por que não passou na UEFS?"
"-Tá namorando é? Que bom! Agora segura esse daí para não ficar pra titia, viu?"

Cresci ouvindo os outros dizerem que "O que vem de baixo não atinge", mas é meio diferente quando você não pode se esquivar da saraivada.
Por muito tempo tentei pensar que o jeito dos outros a gente não tem que entender e nem aceitar, apenas respeitar. Mas e quando esse jeito te desrespeita? 
Gente má, medíocre e mesquinha tem a mania de rebaixar, menosprezar e ridicularizar os demais.
A minha sorte, digo a minha maior sorte, é ter em casa o meu porto seguro. Ter por quem vencer todas as adversidades, por quem sorrir de felicidade e não por educação.
Acho bobagem dar o troco. Querer vencer para mostrar a quem não nos achava capaz.
Como diz o ditado :  "Na boca de gente ruim quem é bom não vale nada".
Por melhor que você seja, por mais alto que você suba, quem quer te colocar para baixo vai sempre ter um jeitinho especial para tentar derrubá-lo, nem que seja só por um segundo. Então, para que mostrar a ele o quanto você é bom?
Eu, quando percebo que alguém gosta de ser superior, deixo e ainda concordo. Acredito que alguns só tem isso para acreditar e se apegar pra viver e detesto me sentir a bruxa má que vai acabar com a diversão alheia.
Eu sei por quem quero ser maior e, sem sombra de dúvidas, não é pelos que me querem menor.
É pelos meus. Por quem se dedicou e se sacrificou por mim até aqui.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Professor: qualidade na escola particular e mediocridade na escola pública.


Hoje, com o fim da greve dos professores do Estado da Bahia, pipocaram comentários e textos acerca dos avanços e retrocessos causados pela mesma, mas não é sobre isso que estou com vontade de escrever.
O que me trouxe aqui foi o comentário de um rapaz, fruto de um discurso que ouço há tempos em inúmeros lugares e que eu mesma já disseminei (quando eu era adolescente, que fique claro!).
A conversa é a seguinte: Tem professor que dá aula boa em escola particular e esculhamba quando a aula é na escola pública.
Na adolescência rebelde eu pensava que o problema era a falta do patrão. Na escola particular, geralmente o dono fiscaliza de perto e o professor é cobrado diretamente pelo cliente ( o aluno e seu pai, que paga caro), já na escola pública o patrão é uma instituição fantasmagórica. Ninguém o vê e os pais e alunos nem sempre se sentem no direito de exigir mais, pois há a impressão de que o ensino é gratuito.
Okay, na minha mente adolescente revolucionária, rousseauniana, cheguevarista, socialista, essa explicação fazia total sentido.
Mas aí, o tempo passou, tirei o piercing, abandonei as pulseirinhas de palha e o cabelo vermelho e fui viver a vida real, essa vida onde a gente trabalha duro o mês inteiro e chega no final fica devendo, sabe?
Nesse um quarto de século vivido já tive tempo para várias experiências e, uma delas, foi vivenciar, ao mesmo tempo, a docência em uma escola pública e outra particular. Mesma série, mesmas disciplinas. Vivi na prática isso que todo mundo diz que acontece e pude constatar: aula de escola pública é diferente de aula de escola particular.
O que eu não sabia é que a diferença quase nunca se dá por fatores externos à própria sala de aula.
Deixa eu explicar direitinho: na escola particular é assim, o estudante é aprovado se alcançar uma média (normalmente 6 pontos), ignorando todas as discussões sobre avaliação, consideremos que o estudante que atinge a média conseguiu, ao longo do ano desenvolver as habilidades mínimas requeridas para o próximo nível de aprendizado. Assim, é praticamente impossível encontrar um estudante de escola particular no 3º ano do ensino médio que não saiba ler (gente, salvem as raras exceções). Aí a gente pula para os critérios da escola pública. O estudante tem uma nota mínima a alcançar? Sim, apesar de comumente ser menor do que a da escola particular. Só que na escola pública (pelo menos onde eu trabalhei até hoje) isso nem é tão levado em consideração, às vezes o fato de o estudante já ser repetente de longa data, pai de família, trabalhador, conta muito mais do que a média na hora do conselho de classe. Tá errado? Não.  O estudante não é máquina, é gente e tem uma vida para além do mundo escolar, mas no fim das contas essa avaliação coloca na mesma sala de aula estudantes com níveis de desenvolvimento discrepantes.
Aí é que tá!
O professor que saiu da sala da escola particular botando pra quebrar, entra na sala da escola pública e vê que enquanto tem um estudante bombando na disciplina tem o outros na pindaíba, sem saber nem que prova objetiva é de marcar.
O que ele faz?
Nivela por baixo. Conhece o termo? Ele dá uma aula que pode ser entendida tanto pelo bombástico quanto pelo pindaimbístico, e o resultado é uma queda na qualidade da coisa toda.
Uma vez eu fiz uma brincadeira (sou ótima com brincadeiras que ninguém acha graça):
Peguei um teste que apliquei na 6ª série (7º ano do fundamental) de uma escola particular e transformei em teste do 2º ano do ensino médio de uma escola pública. resultado?
Meus meninos do 2º ano quiseram me matar! Acharam a avaliação absurdamente difícil e a maior nota não ultrapassou 50% do peso da avaliação.
Incompetência minha, ou de um sistema que pensa que incluir é entregar certificado de conclusão de Ensino Médio a estudante que mal sabe ler?
Tirem suas próprias conclusões...